Olá, querid@s!
Estou quase a fazer aninhos! No próximo mês faço 28 anos e, como acontece todos os anos, fico extremamente melancólica e sensível dias antes do aniversário. Nunca gostei muito de festejar o meu aniversário, ou melhor gostei sempre até aos meus 18 anos, mas depois comecei a achar um bocado deprimente festejar mais um ano passado e mais uma mudança ou outra no corpo e na vida (nem sempre boas)...
No entanto, nos últimos 2 anos comecei a olhar para o tempo a passar de uma outra forma, comecei a dar mais valor a esta comemoração da velhice, pois cada ano passado e vivido com qualidade, neste mundo cada vez mais difícil, é uma dádiva... Já tinha partilhado convosco o meu gosto por poesia, por isso, hoje deixo-vos um poema de Carlos Drummond de Andrade, que nos fala do tempo que não passa assim tanto como pensamos, sobretudo quando há Amor em nosso redor.
O Tempo Passa? Não Passa
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando'
Nota: O nosso cantinho anda um pouco parado, mas tanto eu como a Marina andamos com muito trabalhinho. Todavia, tentamos manter alguma atividade diária no Instagram, sigam-nos.
Um beijinho,
Filipa.
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